Chanceler quer ponte entre Paraguai e MS pronta em 5 anos

por Giva — publicado 12/09/2018 10h43, última modificação 12/09/2018 10h43
Luis Alberto Castiglioli e encontrou com o ministro das Relações Exteriores do Brasil e defendeu a construção de novas ligações entre os dois países

O chanceler do Paraguai, Luis Alberto Castiglioni, afirmou nesta terça-feira (11) em Brasília esperar que, nos próximos cinco anos, sejam construídas duas pontes ligando o seu país ao Brasil, uma delas em Mato Grosso do Sul –entre as cidades de Porto Murtinho (a 431 km de Campo Grande) e Carmelo Peralta. A declaração foi dada após reunião com o ministro Aloysio Nunes Ferreira (Relações Exteriores) no Palácio Itamaraty.

“Passaram-se 53 anos da construção da última ponte que liga Brasil e Paraguai (a Ponte da Amizade, entre a cidade paranaense de Foz do Iguaçu e Ciudad del Este). Queremos, com a vontade política dos governos, que não se passe cinco anos para a construção de duas pontes internacionais”, disse Castiglioni, segundo a Agência Brasil.

Uma das pontes também seria em Foz do Iguaçu, sobre o rio Paraná, mas conectando a cidade brasileira com o município paraguaio de Presidente Franco. A segunda ponte, sobre o rio Paragual, ficaria em Murtinho, sendo parte importante da rota bioceânica defendida pelo governo de Mato Grosso do Sul e empresários locais rumo ao Oceano Pacífico e os mercados asiáticos.

A obra em Mato Grosso do Sul teve emenda de R$ 81,2 milhões apresentada pela bancada federal ao Orçamento da União. A obra foi orçada em R$ 144 milhões, a serem igualmente bancados pelos dois países. De 25 de agosto a 2 de setembro de 2017, uma expedição organizada pelo Setlog (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística) percorreu 5,9 mil quilômetros entre Campo Grande e Iquique (Chile), em trajeto de ida e volta, para defender a viabilidade comercial do corredor.

A rota bioceânica partiria de Campo Grande com destino a Porto Murtinho, atravessando as cidades de Carmelo Peralta, Mariscal Estigarribia e Pozo Hondo (no Paraguai); Misión La Paz, Tartagal, Jujuy e Salta (Argentina); e Mejillones, em Iquique

(As duas pontes) são duas conexões muito importantes e que poderão acontecer mais de 50 anos depois da inauguração da Ponte da Amizade”, disse Aloysio Nunes.

Agenda – Os dois chanceleres também discutiram temas ligados à cooperação em segurança e a reformulação da Unasul (União das Nações Sul-Americanas), que reúne Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela.

“Reafirmamos nosso compromisso com a reforma da Unasul, de modo a torná-la uma organização voltada para questões objetivas, práticas, que dizem respeito a interesses dos povos dessa região, procurando afastá-la das questões que dividem, de natureza político-ideológica”, disse o ministro brasileiro.

Em abril, os governos do Brasil, Argentina, Colômbia, Chile, Peru e Paraguai decidiram suspender a participação na Unasul em resposta à resistência de representantes da Bolívia, Venezuela e Suriname em nomear o argentino José Octavio Bordón para o lugar do colombiano Ernesto Samper, que renunciou à secretaria-geral do bloco.

No fim de agosto, o presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou que, em seis meses, o país deixará a Unasul, apontando que o bloco é cúmplice de um governo ditatorial na Venezuela.